A Percepção do Tempo: Como um Teste de Memória Pode Alterar Nossa Idade Sentida
- Rafael Paixão
- 21 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de mai.

Sabe quando você lê algo e sente que uma chavezinha vira dentro da sua cabeça? Foi exatamente assim que me senti ao me deparar com um estudo fascinante publicado na Psychological Science.
A pesquisa sugere algo surpreendente: um simples teste de memória pode ter um impacto notável na idade que alguns adultos mais velhos sentem, envelhecendo-os em cerca de cinco anos em um intervalo de meros cinco minutos.
A Maleabilidade da Idade Subjetiva
A pesquisadora sênior Lisa Geraci, da Texas A&M University, aponta que trabalhos anteriores já mostravam que a idade que sentimos, nossa idade subjetiva, é um preditor significativo de nossa saúde, às vezes até mais do que nossa idade cronológica. Teste de memória pode alterar nossa idade e a grande novidade é que essa idade subjetiva parece ser maleável. Essa descoberta abre portas intrigantes sobre como podemos influenciar a cognição e o comportamento em idosos.
Teste de Memória Pode Alterar Nossa Idade: O Impacto Sutil da Memória
A motivação por trás do estudo residia nos estereótipos que frequentemente associam o envelhecimento a problemas de memória. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que submeter adultos mais velhos a um teste de memória poderia destacar essa identidade etária, fazendo com que se sentissem mais velhos do que se sentiriam em outras circunstâncias.
No primeiro estudo, adultos entre 65 e 85 anos indicaram sua idade sentida. Inicialmente, a média relatada era de aproximadamente 58,59 anos, significativamente mais jovem que a idade cronológica média de 75,05 anos. No entanto, após realizarem um teste de memória, essa idade subjetiva saltou para uma média de 63,14 anos.

A Especificidade do Efeito
Como destaca Geraci, essa pesquisa demonstra que apenas colocar um idoso em um contexto de teste de memória afeta a forma como ele se sente em relação a si mesmo. É importante notar que os participantes não apresentaram problemas de memória reais, sugerindo que foi a percepção de sua capacidade – e não a capacidade em si – que influenciou a idade que sentiam.
Isso me fez pensar em como nossas crenças e o ambiente ao nosso redor podem moldar nossa própria experiência do tempo, quase como se a expectativa de uma dificuldade pudesse, de alguma forma, alterar nossa percepção interna.
Atualmente, Geraci e sua equipe continuam explorando outros tipos de atividades que podem influenciar a idade subjetiva, buscando inclusive descobrir tarefas que possam fazer os adultos mais velhos se sentirem mais jovens. Fiquei realmente fascinado por isso e queria saber se essa perspectiva ressoa com vocês também.



